segunda-feira, 16 de abril de 2012

Frigideira de Chuchu



Esta receita tem tradição na família da Iara. Vem do norte de Minas, quase Bahia. Iara aprendeu com a mãe, Dona Flor, que era funcionária dos Correios em Araçuai, depois mudou pra Daimantina. Lá dos Gerais de Rosa, do Jequitinhonha, das bonecas de cerâmica, do lombo de burro carregando bruacas  com chuchu, quiabo, banana e mangarito (que virou uma miragem pra mim, pois só conheço de fotografia), broto de samambaia que depois teve o consumo proibido por ser cancerígeno. Pobre samambaia, tão bonita e tão mal afamada! Se um dia tiver câncer já aviso, não culpem a samambaia, poi nunca comi. 

Chuchu 
Sal
Pimenta do reino moída
Óleo para refogar
Alho 
Cheiro verde 
Ovo 
Farinha de mandioca
Manteiga ou margarina par untar o refratário

Descasque o chuchu e pique em cubos bem pequenos, pequenos mesmo. Esquente o óleo (1 colher de sopa) e jogue o chuchu. Sal a gosto. Pimenta moída e cheiro verde picado. Não precisa refogar mais que uns três minutos. Bata ovo bem batido e junte uma colher de farinha de mandioca para cada ovo. Salgue a mistura de ovo batido com a farinha de mandioca, lembrando que o chuchu já tem sal. Junte a esta mistura o refogado de chuchu, misture bem. Unte um refratário com manteiga e despeje a mistura do chuchu etc. Ponha pra assar. Quando formar aquela casca linda como a da foto, tá pronta.

Este prato é simples demais e dá um excelente resultado. Ótimo para acompanhar uma carne assada ou uma carne de panela. Um dia desses vou postar aqui suflê de chuchu que também é muito bom, mas esta frigideira é melhor e dá menos trabalho. O Minas, sô!



 

domingo, 15 de abril de 2012

Salada de Batata com Endivias




Hoje fiz o almoço, coisa muito simples, pra mim e pra Iara. Um frango assado com sal e pimenta e uma salada de batata com endivias. Não vou postar a receita do frango porque as fotos não ficaram apresentáveis. Aliás fotografar frango assado é um negócio muito feio, chega as coxas e sobrecoxas que a gente tem que aturar nos comerciais de supermercado na TV, acompanhadas da clássica folha de alface e um tomate. Mas às vezes elas são criativas, sobre a tábua de carne duas coxas de frango, uma folha de alface e uma cebola kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!! 

4 batatas cortadas em cubo
1 cabeça de endivias
Um punhado de azeitonas pretas portuguesas (aquelas pequenas)
Uma cebola média cortada em fatias finas
Azeite de oliva
1 colher de chá de alcaparras
Vinagre branco
Tiras de pimentão vermelho e amarelo
Sal
Pimenta moída
Cheiro verde

Descasque as batatas, corte em cubos e cozinhe em água e sal. Deixe esfriar. Desfaça a cabeça de endivias. Faça tiras finas com os pimentões (eu sempre descasco o pimentão com uma faca bem afiada, digere super bem). Junte numa travessa funda as batatas, as tiras de pimentão, a azeitona, as alcaparras e a cebola em fatias. Regue com um bom azeite de oliva e pouco, bem pouco vinagre para que a salada não fique azeda. Misture. Prove o sal e deixe descansar.
Na hora de montar a salada prove o tempero. Coloque a mistura de batatas no centro de um prato raso, em volta as folhas de endivias. Polvilhe com pimenta do reino moída e cheiro verde (salsa e cebolinha) picado com a tesoura. Regue com mais um pouco de azeite.

Esta salada é bem clássica, mas a novidade tá nas folhas de endivia e nas alcaparras. Esta novidade foi porque tanto as endivias estavam na geladeira, as azeitonas tinha sobrado da bacalhoada da sexta-feira santa e o vidro de alcaparras tava no fim, por isto só uma colher de chá. Com o frango assado com sal e pimenta, que minha mãe fazia, e que consegui re-editar fica, uma beleza. Nada mais fácil para um almoço de domingo. Meia hora no máximo, não 15 minutos. Quando fizer o frango de novo posto a receita aqui,.


sábado, 14 de abril de 2012

Empadinha de Boteco



Esta empadinha é coisa muito fina. Quem me passou foi minha cunhada Beatriz, mineira de Diamantina, mas que há muitos anos mora em Elói Mendes, no sul de Minas. Beatriz, além de médica é uma cozinheira e costureira das melhores. Um tempero inigualável, mineiro no cheiro e no sabor (que lugar comum, pra falar de um tempero único). Quem come a comida que ela faz nunca mais esquece.
Esta empadinha ele fez no Carnaval, pra comemorar o aniversário da Iara.

A massa

1 kg de farinha de trigo
500 gramas de gordura hidrogenada
1 colher de sopa de sal
350 ml de guarana
1 gema de ovo

Misture a gordura com a farinha de trigo até a gordura sumir. Acrescente o sal. Dissolva a gema no guaraná, mistere na massa e amasse bem. Abrir com rolo e colocar nas forminhas.

 O recheio 
1kg de camarão
1/2 litro de leite
3 tomates
3 colheres de azeite de oliva
Alho
Cheiro verde
Pimenta 
3 colheres de maizena
Faça o molho com o azeite, os tomates o alho e pimenta (malagueta ou comari ou tabasco). Junte o leite, quando ferver e o camarão, engrosse com a maizena dissolvida ná agua. Cozinhe por 3 minutos aproximadamente, mexendo sempre. Deixe esfriar, distribua na forminhas e asse em fogo médio (180/190 graus).

Se você não tem paciência de fazer empadinhas, pode fazer um empadão. Não se assuste com o uso do guaraná, não foi erro de digitação. É guaraná mesmo e faz toda a diferença. Não se esqueça que é comida de boteco e em Minas a tradição dessas comidas é de uma  riqueza incrível. Fá com fé que você não vai se arrepender. Se não acreditar que uma beleza essa empada pergunte ao Leo e a Áurea.


sexta-feira, 6 de abril de 2012

Risoto de Abóbora com Carne Seca






Este risoto é um dos risotos mais simples que sei fazer. Qualquer livro  de receitas que se preze publica uma receita de risoto com carne seca. Esta aqui não é muito diferente, mas é muito simpels, como qualquer outra e mais simples do que qualquer risoto, pois não precisa fazer caldo com antecedência, leva o caldo do cozimento da carne seca.

2 xícaras de arroz arbóreo (ou cateto)
400 gramas de carne seca dessalgada
200 gramas de abóbora picada em cubos pequenos
1 cebola média picada
1 copo de vinho branco seco
2 colheres de sopa de azeite de oliva
Pimenta do reino moída

De véspera corte a carne seca em cubos e deixe de molho, trocando a água várias vezes. No dia seguinte de uma escaldada na carne e jogue fora esta água. cozinhe até ficar macia e que possa ser desfiada. Deixe a carne esfriar e desfie. Guarde o caldo para cozinhar o risoto.  Numa panela refogue a carne com parte da cebola picada, um pouco de manteiga ou azeite, um dente de alho e pimenta  moída. Se não ficou raspa queimada, junte o restante da cebola  e do azeite, dê uma murchada, acrescente o arroz. Frite uns três minutos. Prove o sal do caldo do cozimento da carne, se estiver muito salgado dilua o caldo com um pouco de água quente e vá colocando aos poucos no risoto, mexendo sempre.  Uns dez minutos antes do arroz ficar pronto e nesse momento junte os cubos de abóbora. Quando o risoto estiver al dente, misture uma colher de sopa de requeijão cremoso ou manteiga e misture bem. Sirva com um bom parmesão ralado ou um queijo de qualho curado, daqueles que a gente acha no mercado público de Aracaju. Não se esqueça de um vinho tinto encorpado. Simples, não? 

Quem não quiser ter o trabalho de dessalgar a carne pode comprar em supermercado carne desfiada pronta pra uso. Aí é bom retificar o tempero para dar uma suavizada, de uma fervida na carne para fazer o caldo. Retire a carne, refogue normalmente e faça o risoto.   


Porro Sal (Alho Porró com Batata)



Esta receita de alho porró com batata é incrivelmente simples e deliciosa. Aprendi com uma amiga espanhola, Carmen Granero que trabalhou comigo em Ijuí. Sempre dizia que não gostava de cozinhar, mas  sabia apreciar uma comida boa e simples. Hoje está morando em Múrcia, comendo tapas e com certeza esse porro sal. Aliás, a cozinha espanhola tem coisas maravilhosas e super simples, nada de faça isto e reserve, junte aquele outro e reserve. Já comi muita coisa excelente na Espanha feita de forma simples e com ingredientes simples também. Aliás, comida boa tem que valorizar os ingredientes fundamentais e não escondê-los sob camadas de creme ou transformá-los em espuma que dispensem o uso dos dentes. Mastigar, pra mim,  é fundamental para sentirmos o sabor das coisas.

Alho porró cortado em toras
Bata inglesa em pedaços
Azeite de oliva, 
Pimenta do reino quebrada
Sal
Água

Junte todos os ingredientes numa panel, sendo o alho porró e batata meio a meio. Deixe ferver até os legumes ficarem cozidos. Não é necessário muita água, vá colocando aos poucos. Fica ótimo para acompanhar uma carne assada ou para comer puro. Aí aconselho a deixar um pouco de caldo no fundo da panela.
Em casa a gente faz também uma sopa a partir do porro sal. Cozinhamos com bastante água para fazer um caldo  e quando está quase pronto juntamos cogumelos frescos picados. Faça um ou outro e depois me diga se não é simples fazer uma comidinha deliciosa. Só lembro, a qualidade do azeite é fundamental e recomendo seja generoso com o azeite neste prato.