quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Bolo de Fubá Mole (Cremoso)



Esta receita é muito antiga, está em nosso primeiro caderno de receitas que fizemos ainda nos anos 70, logo que casamos. Não lembro mais quem nos passou, talvez tenha sido Célia (uma amiga baiana de Barreiras, que atualmente mora em Vitória) ou se foi Lígia. Tem coisa que a gente não anota e depois esquece. O caderno em que está anotado é um típico caderno de receitas antigo, de capa dura, com as folhas sujas de tanto manuseio e cheio de recortes que nunca foram colados. É daqueles cadernos que ficam de herança para os filhos e noras. Que não aconteça com ele o que aconteceu com o Caderno  que  Maria do Carmo herdou da mãe, emprestou e nunca mais devolveram. Um caderno de receita é uma herança de cheiros, sabores,  cores e texturas que ninguém pode surrupiar. Maria do Carmo ficou muito triste e nunca esquece esta usurpação.  Se alguém ler esta receita e conhecer quem levou o caderno diga pra fazer o favor de devolver, ninguém merece ser usurpado de sua história! Tomei as dores...

4 ovos
4 xícaras de chá de leite
1 xícara de fubá (modernize, substitua por polenta pré-cozida . Não confunda com milharina e que tais)
3 xícaras de açúcar
1 xícara e 1/2 de coco ralado
1 xícara de queijo ralado
1/2 xícara de maizena
2 colheres de sopa de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento Royal
2 colheres de margarina

Bater no liquidificador os ovos com o leite, o açúcar e a margarina. Acrescentar os demais ingredientes e bater até obter uma massa homogênea. Despeje numa forra forrada com papel manteiga ou untada com manteiga e asse por 55 minutos em forno quente (190 graus).

Viu que receita fácil, do tipo junta tudo e bate. Aqui em casa até o queijo é cortado em cubinhos e moído no liquidificador.  Fica uma camada de fubá, uma de queijo e uma de coco. Estas última ficam bem cremosas. Tô escrevendo essa receita e pensando na Lia Scorsi, que adora este tipo de receita. Lia, acho que este bolo é originário do Nordeste.

domingo, 21 de outubro de 2012

Ambrosia



Esta  receita vai para Mainha, Nádia e Preta queridas amigas de muitos anos, que almoçaram  com a gente ontem e queriam saber como eu faço ambrosia. Este doce é muito comum no interior da minha terra. Minha mãe e minhas irmãs mais velhas sempre faziam. Fogão de lenha, panela de ferro super branca por dentro, areada com palha de milho e areia e, o mais importante, ovos de galinha do terreiro e leite de vaca, da nossa vaca! Um leite tirado com todo o cuidado para não ter nenhuma sujeira. Tirar o leite era um ritual lindíssimo. Primeiro pegava-se um balde com água morna e sabão, levava-se até a estrebaria junto com o baldo do leite. O balde do leite em geral era feito de madeira e só era usado pra isto.  Era uma peça artesanal muito bonita, todo feito com pequenos filetes de madeira de uns 4 centímetros de largura que eram presos um por dois aros de ferro. Um no terço superior e outro no terço inferior. Só isto bastava para prender o fundo e as paredes. Não ia prego, nem parafuso. A alça era de um arame grosso com um "cabo"de madeira torneada. Também se usava este tipo de balde para a água do poço. A primeira coisa que se fazia antes de começar a  tirar o leite da vaca era colocar o terneiro para mamar um pouco. Isto estimulava a descida do leite. Feito isto, lavavam-se as tetas e úbere da vaca com a água morna e o sabão, depois de muito bem lavado tirava-se parte do leite. Quando começava a diminuir o fuxo, novamente se punha o terneiro para mamar. E repetia-se tudo outra vez. No final, deixa-se um pouco de leite para que o terneiro mamasse. Este ritual se fazia duas vezes por dia, antes do café da manhã e antes do anoitecer. A gente, menino, sempre acompanhava com muita curiosidade. Muitas vezes tentamos tirar o leite, mas o que parecia muito simples exigia técnica, tinha um segredo que eu nunca consegui aprender. 

1 1/2 litro de leite integral
1 dúzia de ovos
1 kg de açúcar
Casa de laranja 
Alguns cravos
Canela (opcional)
Pimenta da Jamaica (opcional)
Fava de baunilha (opcional - Não coloque essência de baunilha, não estrague seu doce).

Quebre os ovos numa tigela e bata até misturar claras e gemas. Despeje numa panela de alumínio grosso,  cerâmica ou aço inoxidável. A panela que tiver o fundo mais grosso é melhor porque evita que a ambrosia queime. Junte nesta panela os demais ingredientes (a casca de laranja deve ser bem fina, com quase nada do branco para não amargar). Coloque no fogo e deixe ferver. Se você tiver uma chapa de ferro ou uma frigideira mais grossa use para evitar que a panela fique em contato direito com o fogo. Cuide para não grudar no fundo, por isto é bom usar panela de fundo grosso e a frigideira ou a chapa. Quando começar a ferver baixe o fogo. Esta mistura vai talhar, ficando como uma massa. Não esquente a cabeça nem quebre a massa (fica como quando o leite talha numa tigela). Pelos lados introduza uma colher e movimente   de baixo para cima, somente para não deixar que a misture grude no fundo. Não fique mexendo toda a hora, portanto mexa de vez enquanto. Depois de umas 3 horas de cozimento vai começar aparecer uma calda que vai se depurando e ficando cristalina. A partir desse ponto você já pode quebrar cuidadosamente a massa formando grumos. Deixe cozinhar até o doce começar a ficar com cor entre o amarelo e o dourado. Se ficar com muita pouca calda, mas creio que não vai ficar, faça um pouco mais com água e açúcar numa panela e misture no doce. Se fizer isto deixe ferver mais uns dez minutos. 

Você deve ter se  espantado com tamanho do texto, mas fiz questão de detalhar para você não tirar a ambrosia do forgo antes da hora, senão ela não fica bonita, embora já esteja cozida. Fiz  na semana passada e levei umas quatro horas. Mas não fiquei o tempo todo em volta do fogão, às vez ia lá e dava uma mexida no doce, como expliquei acima. Como é um doce muito demorado, o povo da campanha apelidou de Espera Marido. Dizem que os homens iam para o campo e só voltavam no começo da noite  e as mulheres,  que ficavam em casa esperando,  para passar o tempo faziam este doce. 
Vou postar duas fotos, a primeira do doce pronto e a de baixo o doce ainda cozinhando, pra quem quiser fazer ter uma idéia. Se você prestar atenção na foto abaixo, vai ver na panela a marcas da redução dos ingredientes com o tempo de cozimento. Aqui a massa já se separou da calda, mas o doce ainda não está pronto. ain  É um dos doces que mais gosto, rende, fica barato e é muito fácil, só exige paciência. Quem fizer me avise se ficou bom.    




sábado, 13 de outubro de 2012

Bolo de Carne da Dona Flor







Dona Flor, a dona dessa receita era mãe da Iara, portanto minha sogra. Não convivi com ela, mas provei da sua comida algumas vezes em Belo Horizonte. Cozinhava muito bem, coisas simples, mas muito boas, comida de Minas e outras mais. Esta receita Iara aprendeu com ela. Não sei se as irmãs, principalmente Beatriz que gosta muito de cozinhar ,também faz esse bolo. Como a Iara fez no domingo passado, resolvi postar aqui. É simples e você pode servi-lo quente para o almoço ou então frio como lanche.

1kg de carne (coxão mole, patinho ou alcatra)
100 gramas de bacon
4 fatias de presunto
2 ovos
1/2 xícara de farinha de rosca +1/2 xícara para espalhar sobre o papel filme
alho
Pimenta do reino
salsa 
cebolinha

Moa a carne com o bacon e os temperos no processador (se você não tem processador escolha a carne e peça para o açougueiro moer bem fina. O bacon você pode picar bem fininho com a faca de carne). Coloque tudo numa tijela, acrescente os ovos e 1/2 xícara farinha de rosca e amasse bem. Sobre um pedaço de papel filme ou papel manteiga espalhe a outra 1/2 xícara de farinha de rosca, abra a massa formando um quadrado de aproximadamente 2cm de espessura. Espalhe por cima as fatias de presunto e enrole como um rocambole. Coloque numa forma untada com óleo e asse em forno quente por uma hora.

Tá aí uma receita muito simples que você não gasta muito tempo pra fazer e nem fica muito cara. Dá um ótimo almoço de domingo, de segunda, de terça, de qualquer dia da semana. Você pode acompanhar com arroz de queijo, que está postado aqui e uma salada. Fica um almoço leve e fácil. O que sobrar você pode servir no lanche da noite, frio. Fica uma beleza.  

domingo, 7 de outubro de 2012

Salada de Pimentões





Esta salada é uma beleza para acompanhar comidas a base de carne sem molho. A primeira vez que comi, foi Meiry, uma  amiga nossa de Campinas que fez. O Sírio,  amigo de Campinas também, que adora fazer  churrasco e sabe asar como ninguém,  chamou o povo para um almoço no domingo. Ana, fez uma grande bacia de salada verde do quintal e Sírio cuidou da carne. Coloco bacia, porque Ana e Sírio sempre exageram na quantidade, mas fica tudo tão bom que a gente também exagera na quantidade que come.  Só Raquel, que é vegetariana come com moderação.  Meiry levou este pimentão delicioso e simplíssimo.  Foi um  avanço geral! E quando a Ana resolve fazer macarrão em casa e chama a gente, saia de perto, fica uma delícia. Saudade desses amigos de Campinas, em julho encontrei com eles, mas  Meiry e Ilari não estavam por lá.

Pimentões Vermelhos, Amarelos e Verdes ( de outras cores também pode - Escolha pimentões bem carnudos)
Alho
Azeite de oliva
Vinagre
Sal

Sapeque os pimentões na chama do fogão para defumr e tirar a pele. Lave e corte ao meio. Retire as sementes e corte em tiras com a largura que você quiser. Deixe escorrer um pouco. Enquanto isto descasque boa quantidade de alho. Pique em rodelas não muito finas. Esquente o azeite de oliva e jogue o alho, por uns dois minutos, ou menos. só par dar um tombo. Não frite. Arrume as tiras de pimentão num recipiente, despeje o azeite com o alho, o sal e um pouco de vinagre. Cuidado com o vinagre, esta salada não deve ficar muito ácida. O vinagre é só para dar uma lembrança de acidez.


Se você tem problema para digerir pimentão, não tenha medo de comer esta salada. O que torna  a digestão do pimentão difícil e demorada é a celulose da casca. Como você vai pelar o pimentão não terá nenhum problema com ele. Se sobrar ponha num pote bem fechado, cubra com azeite e vá utilizando por alguns dias. Hoje comemos com bolo de carne arroz de queijo. Meu Deus!