sábado, 18 de janeiro de 2014

Berinjela Mediterrânea


Berinjela mediterrânea é meio piada, como pode uma berinjela não ser mediterrânea? Va lá... como se dizia na minha casa. Na verdade esta receita é uma espécie de caponata, só que além dos ingredientes tradicionais da caponata acrescento amêndoas, nozes e figo iraniano. É muito fácil e não dá trabalho nenhum, o forno se encarrega de fazer por vc. 

Ingredientes:

2 berinjelas médias
1/2 Pimentão amarelo
1/2 Pimentão vermelho
5 Dentes de alho
1 Punhado de passas brancas
1 punhado de passas pretas
1 punhado de amêndoas
1 punhado de nozes
1 punhado de figo seco
1 punhado de azeitonas verdes sem caroço ou fatiada
2/3 de xícara de azeite de oliva
Orégano seco
Alecrim seco
Tomilho seco
3 folhas de louro
sal a gosto
1 colher de café de vinagre balsamico
1 colher de sobremesa de vinagre de vinho
1  xícara de água

Modo de Fazer : 

Corte a berinjela, os pimentões em cubos, se quiser tire a pele dos pimentões. Escalde a berinjela com água fervendo e deixe escorrer. Junte todos os ingredientes numa forma refratária, misture bem e ponha no forno. É importante cobrir a forma para os legumes não queimarem. Mexa de vez em quando e junte mais água se for necessário. Sirva frio com pão.  Ta aí uma boa refeição e que dizem faz muito bem pra saúde, pro coração, pro fígado e pro colesterol, va lá..... Se isto é verdade não sei, mas para o paladar com certeza faz. O picante da berinjela com o adocicado das frutas fica uma combinação perfeita. Se vc achar que ficou meio seca acrescente azeite a hora que quiser

domingo, 12 de janeiro de 2014

Moela com Salsão




Esta receita é uma homenagem a Haquira Osakabe e a  seus amigos: Lalau, Rosa, Teté, Masa, Enyd, Lígia, Jonas, Tania, Hilari, Ana, Anamaria, Iara,  Sirio e  Raquel com os quais compartilho essa memória. Lembrar Haquira não tem muito sentido, pois ele nunca foi esquecido. Isto aqui portanto é só um registro, nem sem se tem importância dado o que Haquira representa para todos nós. Acho que é só  uma saudade que nos pega no contrapé, essas coisas  que a vida apronta e nos surpreendem sempre. Aprendi com ele esta receita maravilhosa, que para esses dias de calor é perfeita e para os dias de frio também, por que não?

Cozinhando a Moela

Moela de galinha
Alho
Cebola inteira 
Louro
Pimenta do reino em grão
1 talo de salsão
Sal
Ramos de Salsa e Ramos de Cebolinha inteiros

Para o Molho

Caldo coado do cozimento da moela
Pimentão vermelho 
Pimentão amarelo
Cebola   
Salsão
Alho
Salsa 
Cebolinha picada
Azeite de oliva
Suco de limão
1 pitada de pimenta do reino moída

Limpe a moela e cozinhe  com o sal, o louro, a pimenta do reino, alho e uma cebola média, slasão e folhas de salsa e cebolinha. Depois que estiver cozida deixe esfriar. Coe e reserve o caldo que será usado para o molho. Pique a moela em pedaços pequenos e coloque na tigela que vai à mesa. Junte o caldo  coado até cobrir a moela. Retire a pele das fatias de pimentão (isto vc consegue facilmente com uma faca bem afiada) e pique em pedaços pequenos. Pique o salsão e a cebola (1 média) e com a moela. Acrescente  suco de limão na quantidade que somente dê um leve toque ácido (cuidado com a quantidade para não ficar ácido além da conta, é um toque mesmo)! Junte o azeite de oliva, corrija o sal e a pitada de pimenta do reino. Coloque na geladeira para que o caldo se solidifique e adquira a consistência de gelatina, o ideal é fazer um dia antes de servir.

Tenha muito cuidado com o sal e o limão, busque o equilíbrio sem que nenhum dos dois se predomine. Aliás, equilíbrio era uma marca do Haquira, portanto este prato, como os demais, precisa respeitar o equilíbrio entre os ingredientes, nenhum deles deve se sobrepor aos demais. Quem conviveu com Haquira, sabe o quanto ele  prezava este princípio na vida. Então salve nosso saudoso amigo!!!   






quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Pão com Linguiça



Toda vez que a gente vai na pizzaria  Bresser aqui em Curitiba o Chico pede pão com linguiça como entrada. E haja massa! Tem coisa melhor que uma massa de pão ou de pizza quando é feita no capricho? Duvido que alguém dispense. Pra resolver caseiramente essa questão  fiz um pão recheado com linguiça calabreza. Esta receita foi inspirada num panetone de sal (isto existe?) que comi na casa da Beatriz, minha cunhada, em Eloi Mendes. Na verdade era um pão com linguiça em forma de panetone, que ela tinha feito. Estava meio gorduroso porque tinha bacon, mas irrestível!  Eu fiz a minha massa de pão sovado e incrementei o recheio com damasco no lugar do bacon, tudo a ver!  E na cobertura além do queijo e do orégano coloquei semente de papoula e um tico de pimenta do reino moída na hora. Vamos lá, pro pão recheado com linguiça.

Comece o pão pelo fermento

1/2 tablete de fermento biológico
1/2 xícara de água morna
1/3 de xícara de farinha de trigo
2 colheres de café de ácucar

Esfarele o fermento numa vasilha e despeje a água morna. Mexe bem até o fermento derreter. Junte o açúcar e farinha e mexa até formar um mingau. Deixe crescer. O fermento estará crescido quando a superfície estiver cheia de bolhas e o volume aumentado. Neste momento amasse o pão.

Para o Pão
2 Xícaras de farinha de trigo
1 colher de sopa generosa de gordura ( margarina ou banha de porco)
Sal a gosto (uma colher de sobremesa rasa é mais do que suficiente)
1/2 xícara de água morna

Na vasilha em que vc preparou o fermento junte os ingredientes do pão e amasse bem. A massa deve ficar numa consistência firme que possa ser aberto com o rolo ou  no cilindro.  Sove muito bem com a mão sobre a mesa (no mínimo uns dez minutos), faça uma bola com a massa e deixe crescer coberta com um pano. Enquanto isto prepare o recheio. As proporções dos ingredientes da massa são aproximadas, portanto  pense numa massa que não gruda no fundo da vasilha, nem na mesa na hora de abrir. Se vc quiser pode usar esta massa para fazer pizza e outras delícias.


Para o recheio

1 gomo de linguiça calabreza picada
1 colher de azeite de oliva
Passas pretas e brancas (opcional)
Azeitonas picadas (opcional)
Damascos picados (opcional)
Orégano seco.
2 colheres de farinha de trigo

Pique a calabreza e frite um pouco no azeite de oliva, junte os demais ingredientes e misture tudo. Deixe esfrirar.

Montando o Pão

Abra a massa com o rolo na espessura de mais ou menos 1/2 centimetro e vá montando o pão como se monta um rocambole:  distribua parte do recheio e cubra com a massa, nova porção de recheio e massa e assim prossiga até terminara o recheio e a massa. Talvez vc nunca enrolou rocambole, mas  provavelmente já fez rolo de papel. O processo é o mesmo. Feito isto, enrole o pão como um caracol. Deixe crescer novamente.

Antes de assar faça a Cobertura
1 gema de ovo
Orégano seco
Pimenta do reino
Semente de papoula (que tá difícil de conseguir)
Queijo ralado

Com o pincel passe a gema de ovo sobre o pão, espalhe os demais ingredientes e ponha para assar por mais ou menos 50 minutos em forno com temperatura de 180 graus. Bom vc conhece seu forno, portanto deixo isto a seu encargo.

Esta receita obviamente é para o Chico e a Simone, que são chegadinhos num pão recheado com linguiça. Amém!!!




quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Bolo de Sorvete com Calda Quente de Chocolate




Esta receita é Iara quem faz e faz maravilhosamente bem. A primeira vez que comemos esse pão-de-ló com sorvete foi numa viagem a Misiones, Argentina, lá pelos inícios de 80. Os meninos eram pequenos e fomos na Brasília 1978, que nos acompanhou durante 14 anos. Fazia o maior sucesso para vergonha dos meninos quando entraram na adolescência e já não se fabricava mais Brasília. E o barulho do motor daquela peste enchendo a cabine, quem teve Brasília sabe do que estou falando. Era um tal de sair de Campinas e ir até o interior do Rio Grande do Sul, viagem para dois dias porque a gente não aguentava o desconforto, o calor e  a impaciência dos meninos. Esta viagem para Misiones foi feita antes de sairmos de Ijuí. A Lígia foi com a gente e foi um divertimento só, aquelas viagens que a gente só faz porque tem trinta anos, hoje não faria nem a pau! Lembro que na volta poderíamos comprar uma peça de queijo cada um, cada adulto, claro. Compramos três queijos enormes, um provolone que mais parecia uma abóbora e outros dois, um parmesão e o terceiro não lembro. Quando chegamos em Ijuí levamos para açougueiro nosso vizinho dividi-los na serra de carne. A parte da Lígia acabou em Salto e a nossa ali em Ijuí mesmo!

Para o Bolo

3 discos de pão-de-ló
200 gramas de amêndoas
1 pote de sorvete de creme
1/2 caixa de creme de leite (dissolver com um pouco de leite para regar o pão-de-ló)


Para a Calda de Chocolate Quente

1 xícara de água
100 ml de caro
3 colheres de sopa de chocolate em pó (melhor é aquele do padre)
6 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sobremesa de vinagre


Pele e torre as amêndoas no forno. Quebre-as com o rolo de abrir massa ou com o martelo de bater carne. Para isto abra um pano de prato sobre a mesa, espalhe as amêndoas e cubra com a parte que sobrou do pano. Bata com o martelo ou passe o rolo. Cuide par não moer as amêndoas.  Forre uma forma de bolo(daqueles que a gente pode abrir) com papel manteiga e espalhe um punhado de amêndoas, sobre estas espalhe uma camada do sorvete. Dissolva o creme de leite com um pouco de leite e espalhe um pouco sobre o pão-de-ló. Coloque o primeiro disco de pão-de-ló sobre o sorvete. Repita tudo outra vez, até acabar os discos de pão-de-ló. Cubra o último disco com soverte e amêndoas. Cubra com papel manteiga e ponha no congelador.  Retire o bolo de sorvete uns minutos antes de servir, desenforme e aproveite.


Calda Quente de Chocolate 

1 e 1/2 xícara de água
100 ml de caro
3 colheres de sopa de chocolate em pó (melhor é aquele do padre)
5 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sobremesa de vinagre

 Junte os ingredientes numa panela e leve ao fogo, mexa para não derramar e deixe engrossar. Na hora de servir e só esquentar. Derrame sobre a fatia de bolo.

Esta receita é muito simples, vc não precisa se bater para fazer o pão-de-ló, qualquer confeitaria vende isso a preço de banana. Esta combinação de pão-de-ló com sorvete de creme e amêndoas sob a forma de bolo é bem clássica, porém vc pode fazer com sorvete de chocolate e calda de frutas vermelhas. Aí depende o seu gosto.
Esta receita é para a Lígia Negri e seus irmãos Valentina e Fúlvio que comeram os queijos da famosa viagem e a Lígia comeu muitas vezes esse sorvete na Argentina e lá em casa!

Vinagrete de Andu


Conheci andu ainda criança no interior do Rio Grande do Sul. Na casa da minha irmã tinha um arbusto que dava uma ervilha que comíamos verde. Chamavam ervilha de árvore. Quando o grão secava virava ingrediente de ração para os porcos. Este era o destino da deliciosa ervilha de árvore que, quando verde, era usada em molhos de macarrão, sopa e c carne picada. A carne picada com molho era a forma mais comum de comer esse grão e na verdade era a mais gostosa. Fui comer andu seco e com este nome, pela primeira vez, depois que conheci a Iara que como boa mineira herdeira da cozinha tradicional da avó paterna e da mãe. Depois disso o andu nunca mais saiu de nossa mesa e aparece muito sob a forma de feijão tropeiro. Quem já comeu este feijão sabe muito bem do que estou falando. Este post traz uma receita de andu preparado como vinagrete, e é ótimo para acompanhar carne assada ou então um peixe frito.

1 xícara de andu seco
Pimentão vermelho
Pimentão amarelo
Cebola
Sal
Pimenta do reino moída na hora
Salsa
Cebolinha
Azeite de oliva
Vinagre 

Cozinhe o andu fora da pressão para poder controlar a consistência. Os grãos devem ficar cozidos, mas inteiros. Deixe esfriar. Pique bem miudinho os pimentões e a cebola. Misture ao andu frio, tempere com sal, azeite, a pimenta e um pouquinho de vinagre (muito pouco mesmo). Misture a salsa e a cebolinha bem picadas e sirva.

Esta receita faz parte da recuperação de comidas tradicionais boas, baratas e muito fácil de serem feitas. Esta riqueza da cozinha brasileira tem andado meio desvalorizada e esquecida. Comemos isto na noite de Natal, acompanhado de um tender e uma farofa de manteiga com cebola. Ficou ótimo!!!