A primeira vez que comi peixe cru foi numa festa que minha amiga Ester Escarpa fez numa chácara há muito tempo. Lembra Teté? Ela tinha vindo de uma das pescarias, acho que no Mato Grosso, agora não lembro e havia pescado os peixes. Essa pescaria foi uma das muitas que a Ester fazia com amigos. Coisa de juventude! Com o peixe ela preparou um ceviche. Experimentei, achei meio estranho no começo, mas depois esqueci o churrasco e fiquei só no ceviche. Churrasco de paulista para quem é gaúcho não passa de bife no pão ( eplo menos nos anos 70). Ester não fique braba, seu bife no pão, ops, seu churrasco estava ótimo, mas seu ceviche estava mil vezes melhor! Pelo menos pra mim, era uma grande novidade! Já pensou um gaúcho de Coronel Bicaco, interiorzação do Rio Grande do Sul, de repente descobrir que dá para comer peixe cru mais do que um susto, uma grande descoberta. Ah! aqueles salmões que agente pescava no rio à beira da oficina do meu pai! Se eu soubesse disso antes...Pois bem essa receita precisa ser dedicada para a Ester, querida Teté, não é mesmo?.
Ingredientes:
300 gramas de atum fresco
1 cenoura
1 cebola roxa pequena
1abacate (que vendem como avocado, aquele pequeno e escuro)
1 talo de salsão picado muito fino.
1 tira de pimentão vermelho sem casca
1 limão siciliano (ou tahiti, mesmo) para usar com moderação.
Sal
pimenta do Reino moída
1 colher de cafezinho de açúcar
Broto agrião para decorar
Preparo:
Pique bem miúdo o atum, tempere com limão e deixe na geladeira algumas horas par dar uma curtida. Não deixe o atum muito azedo, senão vira ceviche, o limão é só para dar um toque de acidez. Misture de vez em quando. Mais uo menos uma hora antes de servir monte o tartar. Corte a cenoura bem miudinha e cozinhe uns 2 minutos e esfrie. Faça o mesmo com o pimentão, depois de ter tirado a pele. Pique a cebola roxa (pode ser branca também) e coloque na água fria com a colherinha de açúcar, deixe alguns minutos e escorra. Pique o abacate em pedaços muito pequenos, regue com um pouco de sucio do limão para não escurecer. Tempere o atum com sal e pimenta do reino moída e também cada um dos legumes, inclusive o abacate. Cuide para não deixar seu tartar muito ácido, que ái vira ceviche.
Monte o Tartar
Forre o fundo e as laterais de uma forma (eu usei uma pequena caixa plástica de guardar comida no freezer) com papel filme. Coloque uma camada de cenoura misturada com o pimentão vermelho e o salsão. Aperte com uma colher. Uma camada de atum, depois o abacate, depois a cebola etc...sempre apertando bem com um colher, até terminar os ingredientes. Deixe na geladeira pelo menos uma meia hora. Para desenformar vire o tartar no prato que via à mesa, faça pressão no fundo da forma com mão e ele se solta. Retire o papel filme e decore o prato com os brotos de agrião. Você pode substitui o agrião por fios nabo ralado ou pepino. Essa história de cortar tudo bem pequeno é importante para que os ingredientes se compactem na forma.
Ontem fiz isto como entrada para um jantar de mãe, foi um avanço. De quebra comemos um queijo de ovelha da Serra da Estrela, que Miguel e Erika trouxeram de Portugal. Depois uma salada, arroz branco e um pato recheado. O pato estava ótimo, mas foi uma desgraça, porque um dos filhos da mãe resolveu que não gosta de pato (Chico) e uma das noras mãe, também não gosta. Podiam ter me avisado, não é mesmo? No fundo, no fundo foi ótimo, sobrou para o almoço de hoje e estava uma beleza.
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