domingo, 19 de agosto de 2012

Patê do Conde



Nos anos 70 éramos um bando de gente fazendo mestrado na UNICAMP, gente do Sul, do Sudeste e do Nordeste. A UNICAMP era uma das poucas Universidades com Cursos de Pós-Graduação. Éramos um bando de estrangeiros e como estrangeiros numa Campinas muito tradicional, fizemos amizade entre nós mesmos, a cidade nos era um pouco adversa. Era a forma de sobreviver numa cidade fechada. Esta história mereceria uma capítulo muito especial, mas não vou fazer aqui. Como éramos todos bolsistas vivíamos com o minimo. Eu era dos mais ricos, pois minha bolsa vinha da Alemanha, em Marco. Mesmo meio duros fazíamos muito festa, regada a cachaça, amendoim cozido e boa música brasileira. De vez em quando pintava um caruru ou um vatapá. Marisa Curado que na época era professora na línguistica da UNICAMP, junto com Lalau, Tânia e Ester. Marisa não estava em todas as festas, mas quando aparecia trazia este patê. Aí era um avanço.

300g de fígado de frango 
2 colheres de sopa de raspa de forma de assado
Pimenta do reino em grão
Cheiro Verde
Folhas de Louro
1 cebola pequena
1 dente de alho
1 Martelinho de conhaque para flambar
  manteiga para refogar o fígado

Quando assar uma carne (frango, porco ou boi) raspe a forma e guarde a raspa na geladeira. Limpe o fígado e refogue com os temperos. Não ponha sal. Depois de cozido, retire do caldo e bata no liquidificador. Se precisar junte um pouco do caldo. Reserve a massa (você pode bater o alho a cebola, o cheiro verde e pimenta. Só retire a folha de louro). Esquente a raspa de assado na frigideira, retire o excesso de gordura e flambe com o conhaque. Misture a massa de fígado com a raspa flambada e prove o sal, se for o caso complete. Unte com manteiga um refratário, despeje a mistura, distribua pedacinhos de manteiga sobre o patê e coloque para assar. Sirva frio com um bom pão branco.

Esta receita além de fácil é muito barata. O que custa uma pouco de fígado? E fica excelente. Um pãozinho com este patê vai bem com um vinho e também com uma cerveja. Normalmente a gente repete muito as entradas nas festas, este patê é uma forma de sair da mesmice. 

4 comentários:

  1. Bom dia,Rasia..

    Me deu até água na boca...rsss..minha mãe fazia um patê semelhante a esse e tivemos a infelicidade de ver alguns cadernos de receitas antigos de minha mãe,sumirem como por encanto,depois do falecimento dela há alguns anos atrás.Num desses cadernos estava a receita de patê de fígado,mas era de boi.
    Eu lembro que era uma delícia e bem semelhante a esse.
    Nossa voce me fez lembrar de minha mãe com muitas saudades,pois ela era filha de portugueses e cozinhava divinamente.
    Abraços
    .

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    1. Que bom que te trouxe uma boa lembrança. Perder caderno de receita é muito chato, pra mim é perder um pouco da história da comida que a gente comia. Caderno é muito especial, tem uma marca de quem organizou e do que cozinhou. Dificilmente se põe um receita que não tenha sido experimentada. Meu blogue tem um pouco o espírito dos cadernos. Acho que ele é um caderno compartilhado. Faça esta receita ela é muito boa, principalmente se você misturar raspas de duas carnes. Você pode guardar a raspa do assado pelo tempo que quiser na geladeira, desde que você não retire a gordura que fica na forma. Só retire a gordura na hora de esquentar para fazer o patê. Obrigado por compartilhar suas lembranças.

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  2. Rasia

    Eu acho que quem tem um pé no fogão,adora colecionar receitas,não?lembro de meu primeiro caderninho de receitas que fiz,isso no primário,era um Bolo de Água,inclusive já postei essa história no meu blog.E lembro também com saudades,de quando minha mãe fazia pães feito em casa e separava três pedaços de massa:um para minha irmã Carlota,outro para meu irmão Isaac e outro para mim.Ficávamos ali ao lado dela vendo amassar o pão e tentávamos fazer igual.Só que a massa escapava da mão,cai no chão,enfim ficava encardida de tanto massar....rsss..mas mesmo assim fazíamos o pãozinho,depois ficávamos toda hora perguntando para a mamãe se o pão já estava pronto.Quando a mamãe tirava os pães do forno,os dela era branquinho e o nosso marronzinho,vc já sabe porque,não?kkkkk...ficavam encardidos....rsss...mas comíamos aquilo lá com muito gosto....coisas de crianças...mesmo...tempo muito bom.pena que passou tão depressa.
    Abços

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  3. Rasia

    Voltei aqui para dizer que gostei muito do seu blog e perdi a noção do tempo...rsss...parei para almoçar e retornei faz mais de uma hora para reler seus posts,fiz muitos comentários.Agora vou trabalhar e mais tarde entro aqui para continuar minha caminhada no seu blog...rsss...
    É muito gostoso ler coisas interessantes e escritas de uma maneira muito saudável.Parabéns.
    Abços

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