domingo, 8 de agosto de 2010

Boas Vindas


Caros Amigos,
vocês que tem compartilhado em minha casa comidas, conversas e histórias chegou a hora do tão prometido registro de algumas receitas. Como vocês sabem não invento nada, só uso o que está por aí.

A vontade de cozinhar para os amigos vem  de minha casa, da infância, com pai e mãe italianos, que tinham uma alegria muito especial ao ver a mesa cheia de amigos e filhos. Éramos nove, mais pai e mãe, e claro os amigos que chegavam. Não tinha dia para isto, todo dia era dia de ter mais alguém à mesa além dos onze. Fregueses da ferraria de meu pai, que vinham do interior do interior do Rio Grande do Sul almoçavam com a gente ou jantavam, lambuzando com gosto os dedos nos molhos de minha mãe ou fazendo barulho com as sopas de caldo grosso, feito com frango criado no pátio de casa e com verduras colhidas na horta. A simplicidade de tudo estava sempre estampada na toalha xadrez, vermelha e branca, nos pratos de louça, sempre brancos, nas panelas de ferro e no vinho de colônia. Às vezes não entendia porque aqueles estranhos estavam à mesa e comiam com tanto gosto a comida de mãe.
Meu pai morreu muito novo, mas minha mãe aos 87 anos ainda fazia uma galinha com sal e pimenta do reino, assada no forno do fogão à lenha, que quase 15 anos após sua morte eu e Iara tentamos recriar, mas ainda não conseguimos. 
Para minha mãe e meu pai, que ensinaram a filharada a gostar de comida boa e simples, a não ter preconceito com temperos e dividir a mesa com quem viesse, porque como diziam, "onde come um come dois".
Aos amigos que hoje permitem  tanto a mim quanto a Iara e aos filhos Chico e Miguel continuar cozinhando; a Lígia amiga de muitos anos, pratos e copos, sempre pronta a provar meu tempero  dedico este blog.
Bom proveito.


Costelinha de Porco com Aspargo Fresco e Polenta




Costelinha de porco  - tempere com sal, pimenta e alho moido (muito pouco alho)
Assar a costelinha no forno.
Polenta - Fubá (que conhecia como  farinha de milho), água e sal a gosto - Cozinhar muito bem na consistência que mais lhe agrada. Em casa a polenta era deitada sobre uma tábua  (ou panaro) ;   consistência permitia que a polenta fosse cortada com fio de linha.
Aspargos Frescos. Lavados e refogados na raspa da costela.
Um bom vinho tinto.


                                             Refogando o aspargo na raspa da costelinha e a polenta


Esta é uma receita muito presente nos almoços de minha casa, na infância. Feita com ingredientes produzidos em casa: o porco, o aspargo e o milho. Colhíamos o milho e levavamos para o moinho de pedra e roda d'água do seu Veríssimo transformar em farinha

2 comentários:

  1. Gostei da introdução! E você faz as receitas parecerem tão fáceis de fazer que até dá vontade de cozinhar!!! Mas eu que não sou besta de inventar de fazer ravioli, isso é pra quem tem sangue italiano correndo nas veias, não é o meu caso... Ficar abrindo massa com rolo eu não vou conseguir... Deixo o ravioli pra quando for te visitar em Curitiba! Aliás, já estou com saudades! Beijão da LALAU e parabéns pelo blog. E fico aqui esperando o blog dos poemas do Rasia, viu?

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  2. Lalau,
    aguarde que logo vou postar uma receita pra fazer numa panela só. E não vai ser paella, não vou te sacanear; receita boa, fácil e que além da panela você suja uma tábua de cortar, uma faca e uma colher.

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